Depois de quase 40 anos, "O Dragão da Maldade" volta às telas

Na última sexta-feira, dia 30 de maio, o premiado "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" de Gláuber Rocha reestreou em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A cópia que chega agora aos cinemas brasileiros teve de passar por um grande processo de restauração antes de ser exibida.
Em 25 de junho de 1973, os negativos do filme foram destruídos por um incêndio no laboratório parisiense GTC. Os trabalhos de recuperação da obra foram realizados sob a curadoria de João Sócrates Oliveira e supervisão de Affonso Beato, o diretor de fotografia de "O Dragão...".
Ressucitar essa grande obra não foi uma terefa fácil: "restaurar filmes brasileiros, não exige apenas uma postura técnica que é fundamental, mas, sobretudo uma disposição consciente de revirar e reviver a história recente da nossa cultura, e buscar o mais inventivo método de recriar novas possibilidades de expressão artística. Trilhamos caminhos estreitos e frágeis que agora estão abertos" afirma a diretora do projeto de restauração Paloma Rocha.
Lançado originalmente em 1969, "O Dragão..." fez grande sucesso: além de ter rendido o prêmio de Melhor Direção no XXI Festival de Cannes para Gláuber, o filme venceu o Primeiro Prêmio do Festival de Louvaing, na Bélgica e recebeu menção especial na Semana Internacional de Cinema de Autor de Banalmadena na Espanha. Foi também a primeira capa colorida da revista francesa "Cahiers du Cinema".